No budismo de tradição Geluk, as mulheres estão em segundo plano, porém, as deidades femininas, especialmente Tārā, em suas inúmeras representações, sempre estiveram muito presentes na vida dos grandes estudiosos budistas. Isso nos faz perguntar pela relação entre o apagamento progressivo de Tārā na tradição Geluk e a negação da condição das mulheres como professoras e, também, como detentoras da linhagem monástica feminina nessa tradição. O presente artigo tem como objetivo analisar a importância das narrativas de e sobre Buda Tārā como caminho para a afirmação das mulheres no budismo tibetano Geluk, tanto da comunidade monástica feminina quanto das mulheres leigas.