Estela Piccin (Lobsang Lhamo)
Resumo
Práticas ascéticas são comuns em religiões indianas, e Buddha Śākyamuni chegou a praticar formas de ascetismo extremo antes de alcançar o Completo Despertar. Estátuas que representam esse período de ascetismo surgiram em Gandhāra, mesma região na qual a cultura indiana se encontrou com o helenismo, e onde se desenvolveu um dos principais ramos do budismo: a tradição Mahāyāna. Nesta pesquisa buscaremos entender a linguagem religiosa da imagem do Bodhisattva Ascético dentro da iconografia budista de Gandhāra e relacionar os valores religiosos e filosóficos representados por ela dentro da tradição Mahāyāna Inicial. Para tal pretendemos responder às seguintes perguntas: Quais os significados da imagem do Bodhisattva Ascético em seu contexto de surgimento nos primórdios da Tradição Mahāyāna? Quais são as características composicionais e os motivos principais das imagens dos Bodhisattvas Ascéticos? Quais concepções religiosas e filosóficas da tradição Mahāyāna Inicial de Gandhāra estão por trás da imagem do Bodhisattva Ascético? A metodologia a ser empregada será a iconológica de Erwin Panofsky, e os conceitos de Nachleben e Pathosformel de Aby Warburg, com o auxílio do mapeamento de modalidades visuais de Gillian Rose. Este projeto é parte do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião da UMESP, da Área de Concentração de Linguagens da Religião e da Linha de Pesquisa de Teologias das Religiões e Cultura.
Palavras-chave
1. Bodhisattva Ascético; 2. Budismo Mahāyāna; 3. Gandhāra; 4. Iconografia; 5. Linguagens religiosas.