Patricia Guernelli Palazzo Tsai

Resumo

Benjamin afirma o capitalismo como uma religião, e não que seja uma religião, o que nos traz que o capitalismo não é religião, mas assume funções e papeis que antes eram próprias da religião. O presente artigo tenta demonstrar, através da análise de como alguns elementos budistas foram introduzidos no Brasil e se destacam como produtos essenciais na produção de bem-estar, que há uma associação do capitalismo com um Budismo alterado de seus parâmetros fundantes. Assim como aconteceu com o Cristianismo – guardadas as devidas diferenças – tenta-se mostrar como acontece esse processo e como se dão as alterações na prática e na concepção do Budismo que acabam gerando um desvirtuamento do sentido soteriológico. O budismo Mahāyāna parte do pressuposto da busca do completo despertar, samyaksaṃbodhi, não apenas para o próprio praticante, mas também para o benefício de todos os seres sencientes; esse benefício passa pela compreensão dos seres, não apenas por uma mera compra de artefatos ou pelo uso de textos numa língua que as pessoas não compreendem. Os pilares fundamentais da tradição budista Mahāyāna são contrários a essa ‘felicidade’ promovida pelo neoliberalismo, da busca incessante de bens materiais e do individualismo atomizado. Por essa razão é que produtos rentáveis ligados ao budismo são destacados de suas origens e do seu sentido, e transformados pelo mercado religioso para reforçar os valores culturais dominantes.

Palavras-chave

Budismo Mahāyāna; Bem-Estar; Mercado; Capitalismo; Budismo brasileiro.

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